Matéria Escura - Episódio 1
by Elyse Endick
Taz, onde você está?!
Você disse que estaria na festa de Halloween uma hora atrás.
Estou ficando preocupado...
E estou me sentindo meio idiota aqui sozinho…
Vestido como uma torrada.
Esta fantasia é ridícula sem o abacate!
OLÁ??!!
Ei, desculpe, onde você está?
Estou na república — onde VOCÊ está?
Na floresta perto do lago.
O quê?! Sozinha?!
À noite?
Eu só não acho que estou a fim de uma festa agora...
Você podia ter me dito isso antes de eu aparecer nesta república vestido como uma torrada!
Desculpe. É que... eu sinto falta da Jasline.
Ah, Taz…
Não parece certo me divertir sem ela.
Não consigo imaginar como é difícil perder uma irmã.
Uma irmã gêmea.
Mas você tem que tentar seguir em frente.
Jaz gostaria que você fosse feliz. Você sabe disso.
É o seu último ano na faculdade. Você deveria estar comemorando.
Você tem razão.
Se a Jaz estivesse aqui, ela nos estaria fazendo virar doses de bebida agora mesmo.
Exatamente.
Mas esse é o ponto. Ela DEVERIA estar aqui.
Já se passaram seis meses desde o acidente, mas…
Ainda há muitas coisas que eu não entendo...
Aconteceu tudo muito rápido.
Nada disso faz sentido. Como minha irmã gêmea poderia estar morta?
Eu me sinto perdida.
Me envie sua localização — eu vou buscar você.
Não, não literalmente perdida!
Ah...
Tipo, toda a minha vida tentei agradar meus pais...
Eu tirei boas notas.
Entrei em uma boa faculdade.
Agora estou me inscrevendo na escola de medicina.
Assim como todos sempre diziam que eu deveria.
Mas a Jaz sempre me disse para seguir meu próprio coração.
Então, o que seu coração diz?
Isso é o que estou tentando descobrir…
De qualquer forma, daqui a pouco eu chego aí. Você me espera?
Claro. Mas o que você está fazendo aí?
Eu só precisava ficar sozinha um minuto.
Eu me sinto mais perto da Jaz aqui. Ela amava a floresta.
Você saiu fantasiada?
Sim. Está vendo?
Espere, o que é isso?
O que é o quê?
No canto… essa sombra.
Tem alguém atrás de você.
Taz se vira assustada, mas só vê folhas balançando na brisa.
Você está me assustando. Não tem ninguém aqui.
Tem certeza?
Eu juro que vi alguém na foto que você enviou.
Taz olha atentamente para a selfie que ela tirou.
Provavelmente é apenas a luz que penetra nas árvores. Espere, vou tirar outra.
Está bem atrás de você agora!
Taz vira-se, seu coração está acelerado.
Mas, novamente, tudo o que ela vê são árvores balançando com o vento uivante.
Taz estremece.
Ok, isso é realmente estranho.
Não tem ninguém atrás de mim.
Mas estou vendo alguém na foto.
Quem sabe é um novo filtro do Snapchat para o Halloween?
Verifiquei meu Snapchat — não tem isso.
Taz, você precisa sair daí.
Alguém — ou alguma coisa — está definitivamente atrás de você.
Taz grita na escuridão, perguntando quem está lá.
Silêncio.
De repente, o vento diminui e o ar ao redor dela fica muito quieto.
O coração de Taz acelera em seu peito.
Ela respira fundo e ri de forma nervosa.
Que bobagem. Não tem ninguém aqui.
Tem certeza?
Poderia ser um animal — eles viram um puma no campus na semana passada.
O que quer que esteja nessa foto, parece perigoso.
Taz examina a foto novamente.
Essa coisa não parece um puma...
Parece... algum tipo de fantasma.
Taz, você vai fazer medicina. Uma mulher do ramo da ciência.
Fantasmas.
Não.
São.
Reais!
Bem, a Jaz acreditava neles.
E ela não está mais aqui.
Então eu tenho que acreditar por ela.
Além disso… e se for ela?
Quem?
Minha irmã.
Taz… essa coisa não é a Jaz.
Como você pode dizer isso com certeza?
Porque sua irmã está MORTA.
Desculpe, mas ela está. Você tem que aceitar isso.
Espere — eu tenho uma ideia.
Taz! Você pode simplesmente sair daí?
Taz ignora Erik e abre o Snapchat.
Ela alterna para a câmera traseira e olha através da lente.
Ela vira para a esquerda e para a direita, examinando lentamente a mata ao seu redor.
E então, de repente, ela vê.
Uma sombra fantasmagórica e corpórea, com grandes olhos brilhantes.
Está a um metro e meio na frente dela. E se aproximando.
Em pânico, ela deixa o telefone cair, com as mãos tremendo, e olha para cima.
Nada.
Taz lentamente pega seu telefone no chão e olha através do Snapchat novamente.
Aí está. Pairando na frente dela.
Taz olha de perto sua câmera do Snapchat, e desta vez...
Ela vê palavras na parte inferior da tela.
“Filtro Vidro Fantasma“
Taz tira uma foto e envia para Erik.
Assim como ela, a sombra se mexe e esconde atrás de uma árvore.
Definitivamente é um fantasma.
SAIA DAÍ AGORA!
Não, eu não acho que isso vai me machucar.
Mas é muito estranho —
O quê?
Eu só consigo ver o fantasma quando olho no Snapchat…
Quando olho sem meu telefone, ele desaparece.
Veja o que está escrito na parte inferior da tela.
Filtro Vidro Fantasma…
Exatamente!
Então realmente É o Snapchat. Tem que ser algum novo filtro de Halloween...
Talvez ele esteja disponível apenas para meninas?
Acho que não. O fantasma definitivamente está aqui...
Eu o vi se mexendo e me encarando com aqueles olhos… e…
O quê?
Não sei explicar, mas…
Eu posso SENTI-LO aqui, ao meu lado.
Isso não faz sentido.
Eu sei, mas estou falando a verdade.
Eu acredito em você. É por isso que você precisa sair daí, AGORA.
Vou ligar para a polícia. Eles vão procurar na floresta e prender quem quer que seja.
Não! Não ligue para a polícia.
Por que não?!
Tenho um pressentimento sobre esse fantasma…
O quê??
Deixe-me tentar mais uma coisa.
Taz, não. Se alguma coisa acontecer com você...
Não vai acontecer nada.
Seus pais acabaram de perder sua irmã. Eles não podem te perder também.
Eu não posso te perder também. Você é minha melhor amiga.
E tem algo que eu queria te contar...
Ninguém vai me perder.
Taz encerra sua conversa com Erik.
E abre o Snapchat novamente.
A criatura sombria emerge das árvores.
Ela olha diretamente para Taz, seus olhos brilhando na escuridão.
Então, ela entra na floresta.
Certo, acho que ela quer que eu a siga.
Eu nem precisava dizer isso, mas, não vá.
Tarde demais.
Ela está me levando para o lago.
Estou indo atrás de você.
Não. Espere.
Eu quero ver aonde isso vai me levar.
E o prêmio de pior ideia do ano vai para…
A garota vestida de abacate!
Taz continua pelo caminho escuro até chegar ao lago.
Lá, uma névoa espessa paira sobre a água.
As luzes de lâmpadas próximas criam um brilho misterioso e etéreo...
Ela começa a tremer — de repente está muito frio para a época.
Taz tira uma foto do estranho nevoeiro.
E ela vê a sombra.
Ela a segue no caminho sinuoso ao redor do lago e através da névoa espessa.
A sombra a leva até uma antiga sequoia...
Taz suspira de incredulidade.
Seu coração já acelera.
Seus olhos começam a se encher de lágrimas.
Jaz?
Assim que ela fala o nome da irmã, a sombra desaparece.
Taz, onde está você?!
Erik... a sombra me levou até a nossa árvore.
Definitivamente é ela.
Que árvore? Do que você está falando?
Ok, isso vai parecer loucura.
Tudo isso já é uma loucura.
Tem uma sequoia do outro lado do lago. Era o lugar secreto meu e da Jaz.
Você nunca me contou sobre uma árvore.
Lugar. Secreto.
Certo.
Costumávamos deixar pequenas notas uma para a outra dentro dela.
“Boa sorte na sua prova!” ou “Te amo!”
Erik, a sombra me trouxe até aqui.
Ninguém mais sabia sobre a nossa árvore.
Nem você.
Isso tudo pode ser apenas uma coincidência.
Não.
Acho que a Jaz está tentando me dizer algo.
Bem, tem alguma coisa dentro da árvore?
Acho que não...
Taz espia dentro da árvore.
Espere. Encontrei alguma coisa!
O quê?
É um pendrive.
Certo, isso é realmente estranho.
Também tem um bilhete…
Erik. É a caligrafia da Jaz.
O que diz nele?
“Encontre a Dra. Montgomery”.
Quem?
Não sei. Não conheço nenhuma Dra. Montgomery...
Espere...
Você se lembra daquela professora que desapareceu no nosso primeiro ano?
Sim… havia policiais em todo o campus procurando por ela.
Não apenas policiais. O FBI também.
Havia cães farejadores procurando pelo corpo dela na floresta…
Mas eles nunca encontraram nada.
Eles nunca encontraram o corpo dela?!
Não. Acabei de fazer uma pesquisa, e o nome dessa professora...
Era Dra. Alexis Montgomery.
Não entendo. Por que a Jaz me diria para encontrar uma pessoa que está desaparecida há tanto tempo?
Não sei…
Mas faz três anos, Taz.
Não tem como ela ainda estar viva.
Isso não faz o menor sentido...
Taz, o que quer que tenha acontecido com essa professora...
Não pode ser bom.
Eu realmente acho que você precisa sair daí. Agora.
Ela desapareceu sem deixar vestígios.
Tem que haver uma razão para a Jaz querer que eu a encontre…
Será que a resposta está no pendrive?
Você está certo. Vou para a biblioteca conferir.
Trocar uma festa pela biblioteca em uma noite de sexta-feira. Típico da Taz.
Ei, eu tenho uma boa desculpa desta vez.
Espere —
O quê? Você está bem?
Taz?
Estou ouvindo alguém.
Você ligou para a polícia?
Apesar de querer, não.
Taz coloca a cabeça para fora da árvore e dá uma espiada.
Há vários carros de polícia na estrada.
Qual a cor das luzes?
Vermelha.
Apenas vermelha?
Sim.
Os homens estão saindo dos carros...
E todos eles estão usando esses óculos estranhos.
No meio da noite?
Sim.
Não acho que eles sejam policiais.
Erik, eles estão armados...
Estão apontando diretamente para mim!
Corra! AGORA!
Taz corre o mais rápido que pode através do mato.
Os homens estranhos a seguem de perto, pisando nos arbustos e gritando o nome de Taz.
TIROS soam na noite.
BALAS passam pelas árvores que cercam o lago.
Então, alguém derruba Taz no chão.
Taz cai com força e raspa o joelho.
Ela sente algo esfregar sua ferida suavemente e, em seguida, puxar seu braço.
Ela tenta arrastá-la novamente.
Taz olha em volta, mas não consegue ver ninguém próximo a ela.
Mas ela sente a presença da sombra, e isso a conforta.
Ela deixa a sombra levá-la através das árvores sinuosas...
Para um lugar seguro em uma vala escondida sob as folhas.
Taz se esconde na vala e abraça seus joelhos, tremendo.
Ela sente uma brisa tocar sua bochecha e, de repente, tudo fica quieto de novo.
Taz pega seu telefone e olha através do filtro de vidro fantasma, mas ela está sozinha.
Não tem ninguém lá.
Taz?! Onde está você??
Estou segura. Encontrei um lugar para me esconder. Mas Erik...
Aqueles homens tentaram me matar!
O fantasma... me salvou. De levar um tiro.
Tem que ser a Jaz.
Isso não é possível.
Por que alguém atiraria em mim, Erik?
O que eles querem?
Não sei…
Talvez seja o pendrive.
Tenho que descobrir o que tem nele.
Seja o que for, não vale a pena se arriscar.
Espere...
Estou ouvindo passos.
São aqueles homens!
Eles podem vê-la?!
Acho que não...
Parece que eles estão escaneando o chão com aqueles óculos escuros que estão usando.
Estou com medo...
Envie-me sua localização. Vou encontrar você.
Taz desbloqueia o celular para mandar sua localização a Erik...
Mas, em vez disso, abre o Snapchat.
Um novo filtro estranho aparece em sua tela.
Uma grande seta brilhante aparece ao lado dela na câmera, apontando para atrás dela.
Confusa, Taz alterna a lente para o modo selfie.
A seta permanece.
Na parte inferior da tela, estão as palavras "Filtro Seta Inteligente".
Taz olha para cima —
os homens andaram uma boa distância para longe dela.
Lentamente, ela sai da vala, tomando cuidado para não fazer nenhum barulho.
Segurando o telefone na sua frente, ela gira em um círculo.
Mas a seta permanece apontada na mesma direção.
Incitando-a para... algum lugar.
Ei, olhe isto.
Você ainda está com aquela fantasia idiota de abacate?
Vou tirá-la. Mas…
Olhe para o filtro — chama-se Seta Inteligente.
Tem ele no seu celular?
Vou dar uma olhada…
Não.
Também não vejo nenhuma menção sobre isso em blogs de tecnologia.
Parece algum tipo de GPS...
Eu sei.
Isso é estranho, Taz.
A sombra e depois isso?
Faça o que fizer, NÃO siga essa seta.
Tarde demais.
Taz!
Eu preciso saber, Erik.
Onde quer que essa seta esteja me levando... pode haver respostas.
Ou pode haver mais homens assustadores com armas, esperando por você. E se for uma armadilha?
Esse é um risco que estou disposta a correr.
Pela minha irmã.
Não gosto disso.
Você vai continuar me mandando mensagens pelo menos?
Para eu saber que você está segura.
Claro.
Ela está me levando por esse caminho estreito...
Aqueles homens estão seguindo você?
Não. Eles ainda estão ocupados com seus dispositivos de escaneamento.
Talvez eles não estivessem atrás de você...
Talvez eles quisessem a sombra.
Aí é que está…
Quando eu estava fugindo, um deles gritou meu nome.
Eles sabiam quem eu era.
E de alguma forma, eles sabiam que eu estaria lá.
Como? Você não disse nem para mim onde estava indo hoje à noite...
Isso não faz sentido. Nada disso faz sentido.
Mas aconteceu.
Onde você está agora?
Estou me afastando da estrada do campus. Onde quer que essa seta esteja me levando...
Não está no campus da faculdade.
Volte. Por favor.
Volte para o dormitório. O que quer que esteja acontecendo, podemos dar um jeito nisso.
Juntos.
Espere!
O quê??
A seta sumiu.
Acho que estou aqui.
Onde você quer dizer "aqui"?
É apenas um campo vazio...
Taz abre o Snapchat para tirar uma foto...
E um novo filtro aparece na tela.
Espere.
Tem um filtro novo.
Chama-se "Filtro Vidro Espião".
O que isso significa?
Não sei…
Taz olha ao seu redor através da tela do telefone.
O campo está iluminado por uma misteriosa luz azul.
À distância, algo brilha.
Enquanto ela corre em direção a ela — ainda olhando através do seu telefone —, uma sala aparece abaixo dela.
Parece um búnquer escondido debaixo do chão sob os pés dela.
Ela para para tirar uma foto e percebe um pequeno alçapão surrado...
Escondido por um pedaço de grama crescida.
Ela envia a foto para Erik.
O que é isso???
Uma porta.
Bem, mas para onde? Para quê?
Taz hesita por um momento...
Antes de esticar a mão e pegar a maçaneta da porta.
Ela sente a maçaneta fria.
Quase como se ela não estivesse realmente lá.
Taz puxa a maçaneta e a porta se abre.
Há um conjunto de escadas que levam ao subsolo.
Acho que nem preciso dizer isso, mas NÃO desça lá.
Taz?!
Taz liga a lanterna do seu telefone e se aventura no búnquer.
Cada vez mais para baixo…
Na escuridão.
Finalmente, ela chega a outra porta.
Ela hesita antes de abrir...
O interior é...
um laboratório abandonado.
Frascos quebrados, frascos de produtos químicos, computadores antigos, pastas de arquivos...
Está tudo espalhado pelo chão.
Está tudo bem?
O que você achou aí embaixo?
OLÁ?!
Veja.
Certo, isso é muito assustador.
Só de olhar para aquela foto está me dando tétano.
Não entendo... por que a seta me levou até aqui?
Parece que ninguém tem estado aqui há anos.
Ou mesmo décadas.
Não fique brava, mas...
O que você fez?
Nada! É que eu tracei a geotag em todas as fotos que você está me enviando.
Hum... e?
Estou seguindo você. Virtualmente.
Você está me espionando. Legal.
Eu tinha que fazer alguma coisa! Você não me deixava chamar a polícia.
Mas, escute, Taz —
Não há nenhum vestígio desse búnquer on-line. Nenhum laboratório, nada.
O Google Maps diz que é apenas um campo de futebol. O mesmo acontece com a Apple Maps, Bing…
Bem, não sei o que te dizer. Estou aqui embaixo.
Isso não é possível. Esse lugar não existe.
Estou dizendo que sim.
Acho que você precisa sair daí.
Não antes de eu obter algumas respostas.
Estou tentando encontrar um computador para este pendrive, mas nenhum deles é deste século...
Taz continua bisbilhotando.
Ela move uma pilha de caixas.
Encontrei um.
Ele funciona... está baixando...
Taz, você não tem ideia de que lugar é esse.
Minha irmã me trouxe até aqui.
Um filtro do Snapchat levou você até aí.
Além disso, o que sua irmã estaria fazendo em um laboratório?
Ela era graduada em língua inglesa.
Esse é o ponto…
Ok, não conte isso a ninguém, mas —
Antes de ela morrer, Jaz estava agindo... estranho.
Ela estava preocupada com alguma coisa.
Ela achou que alguém a estava seguindo.
Mas… eu não dei ouvidos. Estava muito ocupada para me importar.
Você estava estudando para as provas finais.
Ela era minha irmã gêmea. Eu deveria estar lá para ela.
E talvez todas essas coisas... estejam conectadas.
Aqueles homens na floresta?
Eles me conheciam.
Talvez eles também conhecessem a Jaz.
Taz, o que aconteceu com sua irmã foi um acidente.
Um acidente realmente horrível.
Mas às vezes as coisas simplesmente... acontecem. Não precisa haver uma explicação.
E você não deve se culpar.
Então, o computador antigo na frente de Taz soa e a tela acende.
O arquivo do pendrive de Jaz terminou de baixar.
Estou acessando.
Há uma pasta com meu nome nela.
O que há nela?
Eu… eu não sei.
Há um monte de gráficos… números…
Eu acho que… é um trabalho de física.
As gêmeas Singh — nerds, mesmo na vida após a morte.
Jaz definitivamente não escreveu este artigo.
Bem, o que ele diz?
Ele é realmente complicado…
Espere. Sabe aquela professora que desapareceu, a Dra. Montgomery?
Sim, o que tem ela?
O que ela ensinava?
Hum... de acordo com a internet, ela era professora de física quântica.
Buracos negros. Matéria Escura. Esse tipo de coisa.
Por que a Jaz queria que eu visse isso? Não faz nenhum sentido.
Espere.
Diz aqui que a Dra. Montgomery era muitas vezes evitada pela comunidade científica...
Por causa de sua crença na vida após a morte.
Uma professora de física que acredita em fantasmas?
Mas espere… Isso significa que o que eu vi…
NÃO era um fantasma.
Tenho certeza de que tudo isso é apenas uma grande coincidência.
Espere, tem um vídeo.
Taz clica em reproduzir…
O rosto de sua irmã enche a tela.
Taz olha fixamente para a tela, processando o que ela acabou de ver…
Até que uma VOZ ESTRANHA soa de cima.
Olá, Tasneem Singh, e bem-vinda ao Laboratório PSI.
Taz quase cai da cadeira.
Ela olha em volta...
Ela abre seu filtro Vidro Fantasma e olha através dele...
Nada.
Ela está sozinha.
Hum, olá?
Quem é você?
Meu nome é S.A.M., abreviação de Sentient AI Mainframe.
Sam...
SAM!
Minha irmã —
Todos lamentamos muito a notícia do falecimento de Jasline.
Nós?
Eu fui criado pela Dra. Montgomery para ajudá-la.
Dra. Montgomery!
Então, ela está viva?
De certa forma.
O que você quer dizer com isso?!
Eu preciso falar com ela — agora!
Você faria a gentileza de colocar sua mão na tela sensível ao toque?
Taz olha em volta…
É difícil imaginar uma tela sensível ao toque em meio a essas pilhas de lixo antigo.
Mas depois de procurar por um momento, Taz acha uma.
Ela coloca a mão na tela.
A sala começa a tremer…
E a parede de trás se abre, revelando —
O Laboratório PSI VERDADEIRO.
Uma instalação impecável e moderna com acessórios cromados.
Caramba —
Sim, o laboratório que a Dra. Montgomery construiu é bastante impressionante.
Ela construiu tudo isso? Sozinha?
Basicamente, sim.
Taz caminha até um tubo gigante que parece se estender até onde a vista alcança.
O que é isso?
Um acelerador de partículas...
A Dra. Montgomery usava para estudar a Matéria Escura.
Matéria Escura?
Sim. A matéria não pode ser criada ou destruída.
Quando um ser humano morre, seu corpo se decompõe e sua alma é convertida em Matéria Escura.
Então... a Matéria Escura é como fantasmas?
Suponho que seja possível dizer que sim.
Infelizmente, um dos experimentos da Dra. Montgomery deu muito errado…
E temo que ela agora exista apenas como Matéria Escura.
Tasneem, ela queria que você continuasse sua pesquisa.
Espere... como você sabe quem sou eu?
A Dra. Montgomery estava te observando, desde que você era criança.
Me observando? Por quê?
Porque você, Tasneem Singh, é única.
Você possui habilidades...
Nós chamamos isso de O Toque.
Outros chamam isso de "sexto sentido".
A capacidade de sentir e interagir com a Matéria Escura.
Você está brincando comigo.
Não, estou falando sério.
Embora eu tenha capacidade humorística…
Nosso tópico atual não é brincadeira.
Então eu sou capaz de ver pessoas mortas.
Com as ferramentas certas… sim.
Você notará que eu carreguei filtros no seu telefone…
Que permitem que você acesse seus poderes com mais facilidade.
Mesmo que você tenha nascido com o Toque...
Você deve trabalhar para refinar seus poderes.
Os filtros que eu dei a você a ajudarão a treinar.
Com o tempo e a prática, seus poderes vão aumentar.
Existem elementos de seus poderes que eu ainda não entendo.
Mas… a sombra… ela era real?
Sim. Mas só você pode sentir isso.
E você pode vê-la através do filtro Vidro Fantasma.
Mas para qualquer outra pessoa, isso não aparece.
Mas ela veio até mim… me TOCOU.
Sim, é isso que a torna extraordinária, Tasneem.
Pelo que sei, ninguém nunca foi capaz de interagir com a Matéria Escura dessa maneira antes.
Eu senti isso.
Eu senti... ela.
Ela?
Minha irmã, Jasline.
Isso era o fantasma da Jaz, certo?
Eu ainda não identifiquei quem ou o que entrou em contato com você.
Mas minha irmã... ela também tinha o Toque, certo?
Acho que não.
Estou muito confusa.
Há muita coisa que ainda não entendemos sobre a Matéria Escura, mas a cada encontro...
Nosso conhecimento aumenta.
Precisamos das suas habilidades extraordinárias, Tasneem.
Isso não pode ser real.
Você não pode ser real.
Tudo é muito real.
Seus poderes sempre existiram, esperando para serem revelados...
Para você.
Eu…
O que eu posso fazer?
Se você optar por se juntar ao nosso laboratório, sua missão será investigar as anomalias da Matéria Escura.
Fornecerei filtros para ajudá-la em suas missões.
Assim como os filtros Vidro Fantasma, Seta Inteligente e Vidro Espião que você usou hoje à noite.
E aqueles homens que estavam lá? Por que eles estavam tentando atirar em mim?
Se não estou enganado, eles estavam com armas de choque — sua vida não estava realmente em perigo.
Mas cuidado com esses homens no futuro — eles estão realmente dispostos a matar por aquilo que querem.
O que eles querem?
Eles são cientistas desonestos que desejam roubar nossa pesquisa e usá-la para seus próprios meios.
Este é um caminho perigoso, Tasneem.
Eu nem sempre poderei protegê-la.
Eu entendo.
Mas se eu escolher entrar para o Laboratório PSI e desenvolver meus poderes, talvez um dia...
Eu poderei ver minha irmã novamente?
Eu não posso garantir isso, Tasneem.
Mas suponho que seja uma possibilidade…
Taz olha em volta do laboratório...
Para todas as ferramentas e dispositivos.
E um sorriso se espalha pelo rosto dela.
Ela finalmente encontrou seu caminho.
Quando posso começar?
Eu entrarei em contato.
Mas, antes de sair daqui, preste atenção nesta advertência —
Seja cautelosa ao usar seus poderes em público.
Como você viu nesta noite, as entidades da Matéria Escura se tornam visíveis para os outros quando você as captura em uma foto.
Não revele seus poderes a qualquer um.
Diga apenas àqueles em quem você confia.
O mundo não está pronto para as coisas que você verá.
Mais tarde.
Taz sai do laboratório subterrâneo...
E encontra Erik, esperando.
Ela corre para os braços dele.
Ele a abraça apertado —
E por um longo tempo.
Delicadamente, ela se afasta.
Taz… eu estava muito preocupado.
Quando você não respondeu, eu corri até aqui...
Eu realmente pensei que você estivesse morta.
Desculpe.
O que aconteceu lá?
Eu…
Eu nem sei por onde começar.
Mas ele disse que eu poderia dizer às pessoas em quem confio, então...
Quem disse isso?
Taz, você está bem?
Acho que devemos levá-la para um hospital ou algo assim.
Não, sério. Eu estou bem.
Então me diga o que aconteceu.
Somos melhores amigos. Você não confia em mim?
Com a minha vida, mas…
Você não acreditaria em mim.
Experimente.
Vamos para casa.
Não podemos conversar aqui.
Mas, Erik...
Vou ver minha irmã novamente.
Como?
Fantasmas —
Não. São. Reais.
Eles são.
Jaz estava certa.
E agora eu posso provar para você.
Taz pega o celular e abre o Snapchat...
Ela puxa Erik para uma selfie...
E um novo filtro aparece na tela.
Atrás deles, dezenas de sombras aparecem no fundo.
Como fantasmas pairando no ar...
Em toda parte.
Taz tira uma foto.
O que é tudo isso?
Isso...
É Matéria Escura.
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